domingo, 14 de dezembro de 2008

"O homem e a mulher"






O homem é a mais elevada das criaturas.


A mulher é o mais sublime dos ideais.


Deus fez para o homem um trono;


Para a mulher, um altar.


O trono exalta; o altar santifica.


O homem é o cérebro; a mulher o coração.


O cérebro produz luz; o coração, o amor.


A luz fecunda; o amor ressucita.


O homem é o gênio; a mulher o anjo.


O gênio é imensurável; o anjo indefinível.


A aspiração do homem é a suprema glória;


A aspiração da mulher, a virtude extrema.


A glória traduz grandeza; a virtude traduz divindade.


O homem tem a supremacia; a mulher, a preferência.


A supremacia representa a força, a preferência o direito.


O homem é forte pela razão;


A mulher é invencível pela lágrima.


A razão convence; a lágrima comove.


O homem é capaz de todos os heroísmos;


A mulher, de todos os martírios.


O heroísmo enobrece; o martírio sublima.


O homem é o código; a mulher, o Evangelho.


O código corrige, o Evangelho aperfeiçoa.


O homem é um templo; a mulher um sacrário.


Ante o templo, nos descobrimos;


Ante o sacrário, ajoelhamo-nos.


O homem pensa; a mulher sonha.


Pensar é ter cérebro;


Sonhar é ter na fronte uma auréola.


O homem é um oceano, a mulher, um lago.


O oceano tem a pérola que o embeleza;


O lago tem a poesia que o deslumbra.


O homem é a águia que voa;


A mulher, o rouxinol que canta.


Voar é dominar o espaço;


Cantar é conquistar a alma.


O homem tem um farol: A consciência;


A mulher tem uma estrela: A esperança.


O farol guia;


A esperança salva.


Enfim,


O homem está colocado onde termina a Terra;


A mulher, onde começa o Céu.


Victor Hugo


sexta-feira, 14 de novembro de 2008

"Relíquia Íntima"



Ilustríssimo, caro e velho amigo,

Saberás que, por um motivo urgente,

Na quinta-feira, nove do corrente,

Preciso muito de falar contigo.

E aproveitando o portador te digo,

Que nessa ocasião terás presente,

A esperada gravura de patente

Em que o Dante regressa do Inimigo.

Manda-me pois dizer pelo bombeiro

Se às três e meia te acharás postado

Junto à porta do Garnier livreiro:

Senão, escolhe outro lugar azado;

Mas dá logo a resposta ao mensageiro,

E continua a crer no teu Machado.

Machado de Assis

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

"O Caçador do Invisível"



O Poeta é caçador do invisível.

Ve o que não se ve.

Enxerga o que não se encontra.

Descobre o que não se sabe.

E sabe o que não se conhece.

Vai além do horizonte.

Colhe o arco-íris.

E espalha suas cores

Sobre as cicatrizes.

O Poeta é caçador do invisível.

Colhe o essencial do intangível.

Baila no Infinito.

Embaralha as estrelas.

E decifra-as com outros códigos.

Outras cifras.

O Poeta é caçador do invisível.

Busca o que não se encontra.

E encontra o que não se procura.

Recria e nomeia o indizível.

E vai além, onde não se alcança.

Cheio de Esperanças.

E traz a menina de tranças.

Ou, o menino que se embalança.

O Poeta é caçador do invisível.

Realiza façanhas incríveis.

Fernanda Benevides

"A Posse do Nada"



O mendigo

quando recolhe moedas

agradece

Mal sabe da excelência

que ele pratica a virtude

e nós o vício

Iara Vieira

"Diferença"



Nada que retorna é o mesmo

tampouco é cópia

do que sempre foi...

se você não é aquele

muito menos o será depois

pois aquele não é o mesmo

que um dia lhe pareceu que foi

tudo que retorna é o próprio

tão diferente

do que um dia foi

que aquele que um dia foi sapo

hoje é poeira

quiçá amanhã?

novamente estrela...

Ona Gaia

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

"Saudação a Palmares"



Nos altos cerros erguido

Ninho d'águias atrevido,

Salve! — País do bandido!

Salve! — Pátria do jaguar!

Verde serra onde os palmares

— Como indianos cocares —

No azul dos colúmbios ares

Desfraldam-se em mole arfar! ...

Salve! Região dos valentes

Onde os ecos estridentes

Mandam aos plainos trementes

Os gritos do caçador!

E ao longe os latidos soam...

E as trompas da caça atroam...

E os corvos negros revoam

Sobre o campo abrasador! ...

Palmares! a ti meu grito!

A ti, barca de granito,

Que no soçobro infinito

Abriste a vela ao trovão.

E provocaste a rajada,

Solta a flâmula agitada

Aos uivos da marujada

Nas ondas da escravidão!

De bravos soberbo estádio,

Das liberdades paládio,

Pegaste o punho do gládio,

E olhaste rindo pra o val:

"Descei de cada horizonte...

Senhores! Eis-me de fronte!

"E riste... O riso de um monte!

E a ironia... de um chacal!...

Cantem Eunucos devassos

Dos reis os marmóreos paços;

E beijem os férreos laços,

Que não ousam sacudir ...

Eu canto a beleza tua,

Caçadora seminua!...

Em cuja perna flutua

Ruiva a pele de um tapir.

Crioula! o teu seio escuro

Nunca deste ao beijo impuro!

Luzidio, firme, duro,

Guardaste pra um nobre amor.

Negra Diana selvagem,

Que escutas sob a ramagem

As vozes — que traz a aragem

Do teu rijo caçador! ...

Salve, Amazona guerreira!

Que nas rochas da clareira,

— Aos urros da cachoeira —

Sabes bater e lutar...

Salve! — nos cerros erguido —

Ninho, onde em sono atrevido,

Dorme o condor... e o bandido!...

A liberdade... e o jaguar!

Castro Alves

"Os Poemas"



Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo como de um alçapão.
Eles não têm pouso nem porto, alimentam-se
um instante em cada par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
No maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

Mário Quintana

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

"Viver apenas um dia"



Viver apenas um dia ou ouvir um bom ensinamento é melhor do que viver um século sem conhecer tal ensinamento.
Sidarta Gautama

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"O que será"



O que será que será
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças, anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto pelos botecos
Que gritam nos mercados, que com certeza
Está na natureza, será que será
O que não tem certeza, nem nunca terá
O que não tem conserto, nem nunca terá
O que não tem tamanho
O que será que será
Que vive nas idéias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que está na romaria dos mutilados
Que está na fantasia dos infelizes
Que está no dia-a-dia das meretrizes
No plano dos bandidos, dos desvalidos
Em todos os sentidos, será que será
O que não tem decencia, nem nunca terá
O que não tem censura, nem nunca terá
O que não faz sentido
O que será que será
Que todos os avisos não vão evitar
Porque todos os risos vão desafiar
Porque todos os sinos irão repicar
Porque todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E o mesmo Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno, vai abençoar
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo.
Milton Nascimento

terça-feira, 4 de novembro de 2008

"Dá-me a tua mão"



Dá-me a tua mão: Vou agora te contar como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei naquilo que existe entre o número um e o número dois, de como vi a linha de mistério e fogo, e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam existe um intervalo de espaço, existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio.
Clarice Lispector

"Amar-te"



Amar-te- não por gozo da vaidade,

Não movido de orgulho ou de ambição.

Não à procura da felicidade,

Não por divertimento à solidão.

Amar-te - não por tua mocidade

-Risos, cores e luzes de verão-

E menos por fugir à ociosidade,

Como exercício para o coração.

Amar-te por amar-te: sem agora,

Sem ontem, sem futuro, sem mesquinha

Esperança de amor sem causa ou rumo

Trazer-te incorporada vida fora,

Carne de minha carne, filha minha,

Viver do fogo em que ardo e me consumo.

Aurélio Buarque de Holanda

"Tenho Razão"



Tenho razão de sentir saudade,
Tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste e sem te
despedires foste embora.
Detonaste o pacto. Detonaste a vida geral,
A comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação até o limite
das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu,
Enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação,
O ato em si, O ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
De nossa convivência em falas camaradas,
Simples apertar de mãos, Nem isso, Vozmodulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades. Sim, Acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste.
Carlos Drummond de Andrade

"Livros e Flores"



Teus olhos são meus livros.

Que livro há aí melhor,

Em que melhor se leia

A página do amor?

Flores me são teus lábios.

Onde há mais bela flor,

Em que melhor se beba

O bálsamo do amor?

Machado de Assis

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

"Dois Quadros"



Na seca inclemente do nosso Nordeste,
O sol é mais quente e o céu mais azul
E o povo se achando sem pão e sem veste,
Viaja à procura das terra do Sul.

De nuvem no espaço, não há um farrapo,
Se acaba a esperança da gente roceira,
Na mesma lagoa da festa do sapo,
Agita-se o vento levando a poeira.

A grama no campo não nasce, não cresce:
Outrora este campo tão verde e tão rico,
Agora é tão quente que até nos parece
Um forno queimando madeira de angico.

Na copa redonda de algum juazeiro
A aguda cigarra seu canto desata
E a linda araponga que chamam Ferreiro,
Martela o seu ferro por dentro da mata.

O dia desponta mostrando-se ingrato,
Um manto de cinza por cima da serra
E o sol do Nordeste nos mostra o retrato
De um bolo de sangue nascendo da terra.

Porém, quando chove, tudo é riso e festa,
O campo e a floresta prometem fartura,
Escutam-se as notas agudas e graves
Do canto das aves louvando a natura.

Alegre esvoaça e gargalha o jacu,
Apita o nambu e geme a juriti
E a brisa farfalha por entre as verduras,
Beijando os primores do meu Cariri.

De noite notamos as graças eternas
Nas lindas lanternas de mil vagalumes.
Na copa da mata os ramos embalam
E as flores exalam suaves perfumes.

Se o dia desponta, que doce harmonia!
A gente aprecia o mais belo compasso.
Além do balido das mansas ovelhas,
Enxames de abelhas zumbindo no espaço.

E o forte caboclo da sua palhoça,
No rumo da roça, de marcha apressada
Vai cheio de vida sorrindo, contente,
Lançar a semente na terra molhada.

Das mãos deste bravo caboclo roceiro
Fiel, prazenteiro, modesto e feliz,
É que o ouro branco sai para o processo
Fazer o progresso de nosso país.

Patativa do Assaré

"Circulo Vicioso"





Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:
"Quem me dera que eu fosse aquela loira estrela
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!"
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:


"Pudesse eu copiar-te o transparente lume,
Que, da grega coluna à gótica janela,
Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela"
Mas a lua, fitando o sol com azedume:


"Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela
Claridade imortal, que toda a luz resume"!
Mas o sol, inclinando a rútila capela:


Pesa-me esta brilhante auréola de nume...
Enfara-me esta luz e desmedida umbela...
Por que não nasci eu um simples vagalume?"...

Machado de Assis

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

"Meu destino"



Nas palmas de tuas mãos
leio as linhas da minha vida.
Linhas cruzadas, sinuosas,
interferindo no teu destino.
Não te procurei, não me procurastes –
íamos sozinhos por estradas diferentes.
Indiferentes, cruzamos
Passavas com o fardo da vida...
Corri ao teu encontro.
Sorri. Falamos.
Esse dia foi marcado
com a pedra branca
da cabeça de um peixe.
E, desde então, caminhamos
juntos pela vida...

Cora Coralina

sábado, 25 de outubro de 2008

"Ventura Terrena"


Goza de mais ventura terrena a rosa cultivada
do que a que,
fenecendo no galho selvagem,
cresce, vive e morre em solitária beatitude.
Wiliiam Shakespea
re

domingo, 19 de outubro de 2008

"As Estrelas"




Se as coisas são inatingíveis... ora!


não é motivo para não quere-las...


Que tristes os caminhos, se não fora


a magica presença das estrelas!
Mário Quintana

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

"Yes - Soon"

"Amargo, Doloroso e Difícil"





O que tu viste amargo,
Doloroso,
Difícil,
O que tu viste breve,
O que tu viste inútil
Foi o que viram os teus olhos humanos,
Esquecidos...
Enganados...
No momento da tua renúncia
Estende sobre a vida
Os teus olhos
E tu verás o que vias:
Mas tu verás melhor...

domingo, 5 de outubro de 2008

"A Renúncia"



Sê o que renuncia

Altamente:

Sem tristeza da tua renúncia!

Sem orgulho da tua renúncia!

Abra a tua alma nas tuas mãos

E abre as tuas mãos sobre o infinito.

E não deixes ficar de ti

Nem esse último gesto!

Cecília Meireles

"Soneto à lua"



Por que tens, por que tens olhos escuros

E mãos lânguidas, loucas e sem fim...

Quem és, que és tu, não eu, e estás em mim

Impuro, como o bem que está nos puros?

Que paixão fez-te os lábios tão maduros

Num rosto como o teu criança assim,

Quem te criou tão boa para o ruim

E tão fatal para os meus versos duros?

Fugaz, com que direito tens-me presa

A alma que por ti soluça nua

E não és Tatiana e nem Teresa:

E és tão pouco a mulher que anda na rua

Vagabunda, patética, indefesa

Ó minha branca e pequenina lua!
Vinícius de Moraes

"Agulhas de Prata"



Com agulhas de prata

de brilho tão fino,

bordai as sedas do vosso destino.

Bordai as tristezas

de todos os dias

e repentinamente as alegrias.

Que fiquem as sedas

muito primorosas

mesmo com lágrimas presas nas rosas.

Com agulhas de prata

de brilho tão frio...

ai, bordai as sedas sem partir o fio!

Cecília Meireles

"Desenho"



Traça a reta e a curva,

a quebrada e a sinuosa.

Tudo é preciso.

De tudo viverás.

Cuida com exatidão do perpendicular

e das paralelas perfeitas.

Com apurado rigor.

Sem esquadro, sem nível, sem fio de prumo

traçarás perspectivas, projetarás estruturas,

número, rítmo, distância, dimensão.

Tens os seus olhos, o teu pulso, a tua memória.

Construirás os labirintos impermanentes

que sucessivamente habitarás.

Todos os dias estarás refazendo o teu desenho.

Não te fatigues logo.

Tens trabalho para toda a vida.

E nem para o teu sepulcro terás a medida certa.

Somos sempre um pouco menos do que pensávamos.

Raramente um pouco mais.

Cecília Meireles

terça-feira, 30 de setembro de 2008

"A grama do Jardim..."




O teu jardim pragueja enquanto dormes...

A grama seca, a erva daninha avança,

As flores murcham e...

...Ainda dormes;

Enquanto dormes,

O dia já nasceu,

O sol já ardeu,

O vizinho empreendeu e...

...Ainda dormes;

Enquanto dormes,

O colibri já beijou,

A abelha coletou,

A formiga já ceifou,

O pássaro cantou e...

...Ainda dormes.

É possível sonhar lindos sonhos

Vivendo tudo que aconteceu,

Veja quanta coisa bela perdeu

Enquanto teu espírito adormeceu...

Carlos Cesar Machado

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

"Meu desejo"



Desejo primeiro que você ame
E que, amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que, esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo por vezes inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se questione a respeito
De suas próprias certezas.
E que, entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irrediavelmente,
E que, fazendo bom uso da tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que, sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que, sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo,
Que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um animal e ouça um pássaro erguer
Seu canto matinal; porque assim você
Se sentirá bem por nada.
Desejo, sim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele na sua frente e diga:
"Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é dono de quem.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem e que se amem
Hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não desejo mais nada a você.
Victor Hugo


"Preciso de Alguém"



Preciso de alguém que me olhe nos olhos quando falo,
Que ouça as minhas tristezas e neuroses com paciência,
E, ainda que não compreenda, respeite meus sentimentos.
Preciso de alguém que venha brigar ao meu lado sem ser convocado;
Alguém amigo o sufuciente para dizer-me as verdades que não quero ouvir, mesmo sabendo que posso odiá-lo por isso.
Nesse mundo de céticos, preciso de alguém que creia nessa coisa misteriosa , desacreditada, quase impossível.
"A AMIZADE"
Que teime em ser leal, simples e justo, que não vá embora se algum dia eu perder o meu ouro e não ser mais a sensação da festa.
Preciso de um amigo que receba com gratidão meu auxílio e minha mão estendida, mesmo que isto seja muito pouco para suas necessidades.
Preciso de um amigo que também seja companheiro, nas farras e pescarias, nas guerras e alegrias e, que no meio da tempestade, grite em coro comigo:
"Nós ainda vamos rir muito disso tudo" e ria muito.
Não pude escolher aqueles que me trouxeram ao mundo, mas posso escolher meu amigo.
E nessa busca empenho a minha própria alma, pois com uma Amizade Verdadeira a vida se torna mais simples, mais rica e mais bela.
Charlie Chaplin

"A Beleza"



A beleza existe em tudo - tanto no bem como no mal.
Mas sómente os artistas e poetas sabem encontrá-la.
Charles Chaplin

"O Amanhã"



Não faças do amanhã o sinônimo de nunca,
Nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais,
Teus passos ficaram.
Olhes para trás... mas vá em frente,
pois há muitos que precisam
Que chegues para poderem seguir-te.
Charles Chaplin

"A Educação"



Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens.
Pitágoras

"A Oportunidade"



É melhor estar preparado para uma oportunidade e nunca tê-la,
do que ter uma oportunidade e não estar preparado.

"As Picadas"



Não é digno de saborear o mel aquele que se afasta
da colméia por medo das picadas das abelhas.
Sheakespeare

"A Grandeza do Pecado"



Creio que o pecado é realmente um mistério tão grande como a virtude.
Charles Chaplin

"A Responsabilidade da Vida""



Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sózinha,
É porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.
Cada pessoa que passa em nossa vida passa sózinha, e não nos deixa só,
Porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós.
Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova
De que as pessoas não se encontram por acaso.
Charles Chaplin

"Viver e Amar"



O homem não morre quando deixa de viver, mas sim quando deixa de amar.
Charles Chaplin

"O Orgasmo"



A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina.
Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente.
Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.
Daí viver num asilo, até ser chutado de lá por estar muito novo.
Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar.
Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria.
Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara pra faculdade.
Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade,
se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe,
passa seus últimos nove meses de vida flutuando...
E termina tudo com um ótimo orgasmo!!!
Não seria perfeito???
Charles Chaplin

"Poeminha do Contra"


Todos esses que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!
Mário Quintana

"O Sabor"



Todos os homens se nutrem...
...Poucos sabem sentir o sabor!!!
Confúcio

"Perfeito Amor"



Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...
Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.

Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor.
Mário Quintana

"O Segredo"



O segredo não é cuidar das borboletas,
Mas sim do jardim,
Para que elas venham até você...
Mário Quintana